O projeto do BRT Lapa Iguatemi foi concebido antes do ano de 2014, quando não havia Metrô nem Uber. É óbvio constatar que qualquer estudo que tivesse sido feito naquela época contemplaria apenas viagens nos ônibus tradicionais. Vamos simular uma entrevista na Estação da Lapa ocorrida no ano de 2014:
- Senhora, sou pesquisadora da Prefeitura de Salvador e quero saber o seu destino.
- Vou pra Estação Rodoviária.
- E a Senhora vai tomar o ônibus daqui da Estação da Lapa?
- Não tenho outra alternativa, minha filha. Só me restam estes ônibus velhos, desconfortáveis, sujos, impontuais, cheios, inseguros, com muito calor, que balançam muito e caros que a Prefeitura de Salvador coordena e fiscaliza.
Imaginemos que houvesse uma nova entrevista na Estação da Lapa em 2017 com as mesmas pessoas.
- Senhora, sou pesquisadora da Prefeitura de Salvador e quero saber o seu destino.
- Vou pra Estação Rodoviária.
- E a Senhora vai tomar o ônibus daqui da Estação da Lapa?
- Você está louca, minha filha! Você acha que sou estúpida de tomar estes ônibus velhos, desconfortáveis, sujos, impontuais, cheios, inseguros, com muito calor, que balançam muito e caros que a Prefeitura de Salvador coordena e fiscaliza? Prefiro ir de Metrô, que é mais rápido, confortável e agradável.
- Mas a prefeitura quer fazer o BRT com o mesmo percurso, os publicitários da Prefeitura de Salvador disseram que o tempo do ônibus e do Metrô é igual em 16 minutos.
- Estou cansada de viver em uma cidade imaginada por publicitários da Prefeitura de Salvador. O projeto do BRT é muito bonito no papel, todo pintado de verde para a gente esquecer das 579 árvores que eles querem derrubar.
Sem demanda para projeto do BRT como justificar o investimento público de mais de R$ 1 bilhão de reais em algo que não se sustenta economicamente porque não haveria demanda para isso? É chegada a hora do pronunciamento do Ministério Público e a decisão do Judiciário para interromper imediatamente a sangria do dinheiro público para um projeto desnecessário e desastroso economicamente, esteticamente e para o meio ambiente.
A solução é utilizar as pistas já existentes, com faixas exclusivas de ônibus com monitoramento total pelo sistema BHLS.