Páginas

quarta-feira, 4 de maio de 2011

O planejamento da mobilidade urbana não pode estar limitado à Copa de 2014

A Seplan anuncia que projetos empresariais para a mobilidade urbana de Salvador já foram abertos e deverão ser selecionados pelos técnicos do governo, aspectos voltados para o sistema de transporte de massa a ser implantado em Salvador, visando a Copa do Mundo 2014. De repente, um assunto antigo e que sempre foi vital para a cidade, passou a ter uma data, junho de 2014, para tentar se resolver um atraso de decênios.

Claro que se a Seplan for analisar o que se passa em qualquer cidade grande do mundo, a mobilidade de massa se opera através do sistema metroviário. Não precisa ir muito longe para se verificar isso, pois, Portugal e Espanha estão mais próximos de Salvador, por avião, do que da Rodoviária a Barreiras. Quem salta no Le Prats, de Barcelona, pega o metrô e vai até o centro da cidade e, daí, em interseções com o mesmo bilhete para linhas norte/sul ou leste/oeste.

Salvador não pode fugir a essa regra mundial e adotar um Bus-Rapid, modelo que é complementar e não principal, para fazer sua linha mãe do Metrosal que é Centro/Acesso Norte/Cajazeiras; e na outra perna, Centro/Acesso Norte/Iguatemi/Aeroporto/Lauro de Freitas/Camaçari. 

Também não há essa exigência para que o Metrosal na linha do Litoral Norte fique pronto em 2014, para a Copa do Mundo. Não há a menor necessidade disso. Desde os anos 1997, que Salvador promove o maior Carnaval de rua do planeta, milhares de turistas chegam pelo aeroporto, e tudo se resolve. Os turistas que chegam via aeroporto, 95% tomam um táxi. 

Nenhum grupo paulistano ou mineiro chega no aeroporto para o Carnaval e pega um ônibus para o centro, porque além de ser desconfortável, não ter áreas para colocar bagagens, e os camaradas estão sujeitos a serem assaltados. Quase todo mundo usa táxi. Os nativos de Salvador e familiares, idem-idem. E olhem que o Carnaval é dez vezes maior do que a Copa 2014.

Então, para a Copa das Confederações (2013) e a Copa do Mundo (2014) se não tiver Metrosal tudo será resolvido via táxi, como é hoje. Portanto, esse alarme que se faz por aí não tem o menor sentido. 

O que o governo do Estado, que já tem autorização da Assembleia para tomar um empréstimo de R$570 milhões, é errar agora e pagar um preço alto depois. A Paralela está virgem em seu canteiro central e só está com a boca aberta esperando o metrô ou VLT.
Fonte: http://www.bahiaja.com.br/noticia.php?idNoticia=35843

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagens populares