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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A rapidez do Judiciário e a ânsia em gastar




Três médicos acusados de retirar rins de pacientes como parte de um esquema de tráfico de órgãos há 24 anos serão julgados a partir da manhã desta segunda-feira em Taubaté, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo. O caso foi denunciado no que é hoje o Hospital Regional da cidade, no ano de 1986.
O júri, que tem previstos entre três e quatro dias de duração, terá dez testemunhas de acusação, seis de defesa e uma de juízo. Os médicos, que negam as acusações, serão interrogados. Mais de vinte pessoas foram arroladas como juradas, mas sete decidirão se os réus são culpados ou inocentes pelo homicídio dos pacientes para a retirada dos rins.
A denúncia do Ministério Público à Justiça relata que o neurocirurgião Mariano Fiore Júnior, o urologista Rui Noronha Sacramento, e o nefrologista Pedro Henrique Masjuan Torrecillas forjaram atestados de óbito de pacientes ainda vivos, informando que eles estavam com morte cerebral para obter o consentimento das famílias para a extração dos rins para transplante. Uma testemunha é uma enfermeira que relata que os pacientes sentiam dor durante a retirada dos rins.
O destino dos órgãos seriam clínicas particulares da capital, o que não teve comprovação do inquérito, cuja conclusão demorou 11 anos após a instalação do procedimento legal. Ao todo 100 pessoas, entre familiares e amigos de vítimas e de réus, jornalistas e público em geral poderão acompanhar o júri desta semana.


Fonte: Terra

Carrinho de Compras

Lucas Marchesini
Do Contas Abertas
A segurança pública preocupa o Supremo Tribunal Federal (STF). Por isso, o órgão alugou durante 120 dias um Ford Fusion blindado para ser usado em São Paulo. O serviço custou R$ 53 mil, R$ 435 por dia. A soma, que irá direto para a conta da Max 3 Locação de Veículos, não inclui motorista. Além disso, a corte constitucional brasileira contratou a Empresa Pernambucana de Rastreamento para que 55 veículos possam ser seguidos via satélite (GPS). O serviço custou R$ 29 mil e foi pago no dia sete de outubro.

Já o que tira o sono do Senado, ao que parece, é a qualidade das camas à disposição. Mas o problema já foi resolvido.  Entre o dia sete e 11 de outubro, a casa comprou 35 camas Box, todas com colchão de mola. Elas custaram R$ 42 mil no total, 15 delas são de solteiro com cama auxiliar e as outras 20 de casal. Além disso, 10 colchões (5 de solteiro e 5 de casal) custaram perto de R$ 3 mil.

As compras do órgão não pararam por aí. A Casa adquiriu 190 televisores de diversos modelos e o mesmo número de suportes compatíveis com os equipamentos por R$ 317 mil. Destaque para os 81 aparelhos Full HD de 32 polegadas que ao todo ficaram por quase R$ 103 mil. Outros R$ 68 mil foram reservados para 20 televisões de 55 polegadas, também Full HD. Para garantir a diversão, 20 aparelhos de DVD foram adquiridos por R$ 2 mil.

E para quem acha que as coisas andam meio paradas por lá, disposições foram tomadas. O Senado comprou 16 circuladores de ar que devem resolver o problema, ao custo total de R$ 3,2 mil, cerca de R$ 199 a unidade. O equipamento serve para todos os gostos, já que tem três velocidades disponíveis.

Já a Câmara dos Deputados preferiu investir em outro cômodo da Casa e comprou um forno elétrico para a Residência Oficial, que custou R$ 667 ao erário. Além disso, a Casa recebeu o presidente do parlamento húngaro e sua comitiva, que ficaram em um hotel cinco estrelas da capital federal. As quatro diárias custaram R$ 2,7 mil. Além disso, o órgão pagou mais R$ 30 mil para diárias em Brasília, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Todas em hotéis quatro ou cinco estrelas.

Confira aqui as notas de empenho da semana

*Vale ressaltar que, a princípio, não existe nenhuma ilegalidade nem irregularidade neste tipo de gasto feito pela União e que o eventual cancelamento de tais empenhos certamente não ajudaria, por exemplo, na manutenção do superávit do governo ou em uma redução significativa de despesas. A intenção de publicar essas aquisições é popularizar a discussão em torno dos gastos públicos junto ao cidadão comum, no intuito de aumentar a transparência e o controle social, além de mostrar que a Administração Pública também possui, além de contas complexas, despesas curiosas.

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